Jovem professora Carla Bandeira acaba de concluir mestrado em biotecnociência |
Por José Loiola Neto
Com trajetória colegial construída em escola pública desde as séries iniciais até a conclusão do ensino superior, a jovem professora Carla Carolina Silva Bandeira realizou um sonho pessoal ao concluir semana passada pela Universidade Federal do ABC em Santo André-SP mestrado em biotecnociência-BTC.
Graduada em Química pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI Campus Poeta Torquato Neto(Teresina-PI), em entrevista ao Portal T4, Carla Bandeira destacou em princípio sobre a conclusão do curso na capital piauiense.
- Terminei em 2016 e já em 2018 prestei a seleção para fazer a pós-graduação em Santo André-SP. Desde então estou nessa caminhada, enfrentando muitos desafios porque tive que deixar tudo, família, amigos, trabalho, daí ingressei na pós-graduação em biotecnociência, um curso multidiciplinar que envolve química, física, biologia e engenharia.
Na última quinta-feira(28/05/2020), Carla fez a defesa do projeto, centrado a partir da pesquisa de um peptídeo que forma nanoestrutura modelo a fibras beta-amilóides e estas formam placas encontradas no cérebro que tem Doença de Alzheimer.
- A ideia é estudar a formação desse material tendo em vista desenvolver e chegar tanto a cura da doença bem como alguns métodos capazes de reverter os níveis avançados desta doença que acomete idosos e as vezes causa danos irreversíveis.
Em tempos de pandemia do novo coronavírus(COVID-19), onde se pede o distanciamento social como forma de evitar a disseminação do vírus os concludentes do curso tiveram que se reinventar para promover a defesa de suas teses.
- Tivemos que nos adaptar a essa nova forma, a minha defesa não pôde ser presencial, até porque a UFABC está sendo um dos hospitais de campanha para receber pacientes com a Covid-19, então a defesa foi on-line por meio de uma plataforma desenvolvida pela universidade.
Indagada acerca da contribuição às pessoas que convivem com Mal de Alzheimer, a professora mestre explicou que a intenção foi alcançar e atender ao público que convive com o problema, na medida em que não há ainda conhecimento suficiente sobre a doença.
- A minha ideia é justamente ajudar nessa área científica para desenvolvermos algo que pudesse chegar a cura ou retrocesso da doença, e os resultados que foram obtidos através da minha pesquisa foram bem satisfatórios, porém é algo que a gente ainda vai dá continuidade afim de se chegar a resultados mais satisfatórios com a ciência.
A professora mestre ressalta que por se tratar de uma doença neuro-degenerativa, bastante comum em pessoas idosas e por ainda não ter cura, a ideia da tese de culminância do mestrado de Carla Bandeira é justamente propor um tratamento futuro para esta patologia.
Carla é um dos 3 filhos do casal e Maria do Carmo e Francisco Bandeira, este natural de Elesbão Veloso. Na entrevista, ela disse que a intenção em princípio quando ainda fazia o ensino fundamental era cursar enfermagem inspirada numa tia que ela disse nutrir muita admiração só que a paixão por Química transcendeu e lhe fez mudar de decisão.
- Eu admiro muito essa questão de cuidar das pessoas, só que no ensino médio quando eu passei a ter contato com a disciplina eu me encantei e desde então eu objetivei isso, me formar em química.
Passada essa etapa de estudos, a professora Carla Bandeira almeja galgar novos espaços e se prepara para novas fases, assim sendo, ela aguarda a seleção para o doutorado na mesma área, procurando contribuir para o combate ao novo coronavírus.
- O projeto que eu pretendo desenvolver durante o doutorado é nessa área do Covid-19, eu pretendo encerrar o doutorado, voltar para o Piauí, prestar um concurso e procurar contribuir com a educação do meu estado.
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