Delegada de Elesbão Veloso, Drª Jailza Pinheiro explica situações que geram feminicídio e faz ponderações: "o feminicídio não nasce feminicídio"

 

Por José Loiola Neto

Neste mês dedicado às mulheres, que vive o seu dia internacional no dia 8 de março, um dos temas em voga nos dias atuais e que deve ser discutido amplamente para interromper o ciclo vicioso das agressões-- o feminicídio, foi tratado pela nova delegada de polícia em Elesbão Veloso, Drª Jailza Pinheiro, tendo em vista alertar a população e encorajar e despertar às mulheres que às voltas convivem com agressões praticadas pelos próprios companheiros. Acometidas muitas vezes, essas mulheres veem seus direitos serem desrespeitados.

O feminicídio é algo baixa a estima, deprime e dilacera a vida das mulheres de uma forma geral. Para Jailza Pinheiro, o feminicídio começa na primeira humilhação ou agressão praticada pelo companheiro ou marido das vítimas.

- Isso vai aumentando e por vários motivos a mulher não tem coragem de denunciar, daí continua até ocorrer um homicídio que a gente chama de feminicídio. 

Delegada Jailza Pinheiro fala sobre feminicídio

A delegada observa que o feminicídio não nasce feminicídio, por isso tem uma característica diferente de homicídio comum porque este pode ocorrer de forma não planejada muitas vezes, por sua vez, o feminicídio acontece em um ambiente(casa), onde a mulher acaba sendo humilhada e espancada.

- Já passei por várias situações em minha profissão, é muito triste porque a gente sabe que aquela situação poderia ser evitada.

Jailza Pinheiro relata que enquanto polícia, investigar e tratar dos crimes de feminicídio é algo complicado, sobretudo porque não é apenas um trabalho investigativo policial, uma vez que envolve outros setores, inclusive da própria saúde.

- Tem todo um trabalho psicológico e social, o que acaba dificultando porque a maioria das mulheres tem N motivos para não denunciar, pois tem filhos, dependência financeira, emocional, de uma forma geral tem medo.

A delegada concluiu dizendo que a maioria dos casos de feminicídio acontecem por conta dependência econômica da mulher para com o homem. Para Jailza Pinheiro, o combate ao feminicídio é possível, contudo envolve outros fatores e não somente o trabalho investigativo policial.

- Esse trabalho preventivo é feito mais no campo social e psicológico, envolve também as redes de acolhimento das mulheres, porque uma mulher que denuncia o marido agressor como ela vai voltar a conviver como ele?, como ela vai criar os filhos?, como vai sair para ir à feira?, envolve muitas outras coisas que não está voltado diretamente para a polícia, uma rede de proteção com assistente social e psicólogo é muito importante nesse trabalho preventivo de proteção à mulher.

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