Ministro Paulo Guedes: declarações polémicas contra a China
Por Agência Rádioweb
Em reunião do Conselho Complementar, realizada nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, o ministro da economia Paulo Guedes disse que o povo chinês inventou o coronavírus, mas a vacina chinesa é menos efetiva que os Estados Unidos, se referindo aos imunizantes da Pfizer e da Moderna.
As falas foram ditas num contexto de defesa por parte de Guedes de uma maior eficiência das empresas privadas em relação ao setor público.
- O chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva que do americano. Os americanos tem 100 anos de investimentos em pesquisa.
Quando soube que o evento estava sendo gravado pediu que o vídeo estava sendo divulgado. Ele disse: "só não manda para o ar, por favor".
Terminada a reunião, o vídeo foi retirado do Facebook do Ministério da Saúde. Ao jornal Valor Econômico, a pasta alegou problemas técnicos que derrubaram a conexão.
Teste clínico realizado até o momento registram maior taxa de eficácia das vacinas da Pfizer e da Moderna em comparação com a CoronaVac, mas os especialistas lembram que os testes ocorrem em circunstâncias diferentes e os dados não podem ser comparados.
Cientistas do mundo todo ainda não chegaram a uma conclusão sobre a origem da pandemia. A conclusão de que a Covid-19 teria sido inventada pela China é duramente negada pela capital Pequin.
A tese esteve no centro da maior crise diplomática entre a China e o governo de Jair Bolsonaro em 2020.
Durante a noite desta terça-feira, em entrevista coletiva que anunciou a troca de postos-chaves no Ministério da Economia, Guedes que já tomou as duas doses da CoronaVac se desculpou e disse que o chanceler Carlos França entrará em contato com os chineses para evitar mal entendidos e explicou que usou uma imagem infeliz.
- Eu fui usando uma imagem infeliz, eu disse: olha, veio o vírus de fora, trazido de fora, e quando chegou numa economia de mercado forte, eles conseguiram introduzir uma respostas das pesquisas e essa resposta já parece mais efitiva que as próprias soluções no lugar onde o vírus saiu, e essa imagem era uma imagem que não tinha nenhum objetivo.
No final do dia, o embaixador da China no Brasil Yang Wanming publicou um posicionamento em seu Twitter. “Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial. A Coronavac representa 84% das vacinas aplicadas no Brasil”.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o maior fornecedor mundial de insumos necessários para manter e acelerar a vacinação brasileira contra a Covid-19. No momento, a principal vacina aplicada no país é a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. Bolsonaro chegou a determinar que a vacina não fosse comprada, depois da reação de governadores.
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