Alecsandro chegou e ganhou a 9 no Vasco. Nos primeiros jogos, marcou e justificou a fama de artilheiro. Depois não repetiu as boas atuações e chegou a ser questionado. Parte da torcida pedia a entrada de Elton, principalmente após o gol que deu a classificação ao Vasco contra o Atlético-PR, nas quarta de final. Mas, experiente, nunca se deixou abalar e, na noite desta quarta-feira, colheu os frutos. Foi dele o gol que deu a vitória ao Vasco sobre o Coritiba, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, uma vantagem que o atacante valorizou muito após o jogo desta quarta.
– Fico feliz com o gol que nos deu essa vantagem. Numa final, um jogo difícil, no qual o Coritiba mostrou muita qualidade, eu acho que ir para lá (Curitiba) com a vantagem de poder jogar pelo empate é uma vantagem considerável – disse Alecsandro, que chegou à marca de seis gols pelo clube.
Durante o primeiro tempo, Alecsandro nunca deixou de lutar, mas nas poucas bolas que recebeu, acabou errando a conclusão. Após os erros, alguns torcedores chegaram a demonstrar irritação. Mas a movimentação era constante, sempre procurando dar opção de jogada. Em determinados momentos, realizou boas tabelas com Diego Souza e Bernardo, realizando a função de pivô. Em outra jogada, deu passe na medida para o camisa 10 dominar com categoria e levar perigo ao gol de Edson Bastos.
Apesar da batalha, as chances concretas foram poucas principalmente em função dos muitos erros de passe do meio-campo vascaíno. Esta irregularidade foi lembrada pelo camisa 9 no intervalo.
– Estamos errando muitos passes e quando isso acontece sempre fica muito mais difícil concluir em gol. Precisamos melhorar neste quesito – afirmou Alecsandro enquanto se dirigia para o vestiário.
O pedido de Alecsandro surtiu efeito. O Vasco voltou mais ligado e logo no início foi ele quem recebeu o passe na medida que tanto fez falta na etapa inicial. Allan cruzou pela direita para o camisa 9, no primeiro pau, desviar e marcar. O gol serviu para lavar a alma. Quem o criticava teve de aplaudir e ver mais uma vez a homenagem ao pai, Lela. Assim como fez contra o Atlético-PR, Alecsandro imitou a careta que o pai fazia quando vestia justamente a camisa do Coritiba, clube no qual é ídolo até hoje. A diferença é que, desta vez, não houve cartão amarelo.
– Esse gol é para toda a família, lembra bastante o meu pai, que teve muito sucesso no futebol, como o meu irmão (Richarlyson) fez, tricampeão brasileiro no São Paulo, e eu no Inter e no Cruzeiro. O gol vai para o meu filho, minha esposa, o gol é para todo mundo, está todo mundo de parabéns – disse o jogador após a partida.
Após abrir o marcador, o Vasco acabou recuando e as bolas acabaram não chegando como durante o primeiro tempo. Assim, Alecsandro seguia tentando se livrar da marcação e dar opção de jogadas ofensivas. Mas neste instante, seu papel já estava feito. E quando a placa subiu para a entrada de Elton perto do fim do jogo, o contexto já era outro. Ao invés de algumas vaias em meio aos aplausos como em outros jogos, os mais de 21 mil vascaínos gritavam em coro o seu nome. Felicitações mais do que merecidas para o camisa 9 do Vasco. Chamado de Alecgol, ele adorou a novidade e chutou a modéstia para longe:
– Já vi muito jogador que não faz gol, ou muitos por aí que fazem poucos gols serem chamados de “não sei o quê-gol”. E eu, com minha carreira, graças a Deus, brilhante, saí do Inter como campeão da Libertadores e vim encarar essa grandeza que é o Vasco. Com muito respeito ao Coritiba, tomara que Alecgol faça outro para levar alegria à torcida do Vasco.
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