Foi em clima de guerra, com sofrimento, pressão e até um objeto atirado na cabeça do técnico Muricy Ramalho. Mas o Santos conseguiu seu objetivo em Assunção e está de volta à final da Libertadores após oito anos.
Nesta quarta-feira, o clube empatou com o Cerro Porteño por 3 a 3, no Paraguai, e garantiu vaga na quarta decisão de sua história. A equipe, bicampeã em 1962 e 1963, na Era Pelé, foi vice em 2003, com Diego e Robinho, em sua última decisão continental. O rival santista na decisão será o vencedor do duelo entre Vélez Sarsfield, da Argentina, e Peñarol, do Uruguai, que jogam na quinta. Em Montevidéu, o Peñarol venceu por 1 a 0.
Nesta quarta, o Santos entrou em campo podendo até perder, depois de fazer 1 a 0 no primeiro duelo, no Pacaembu, há uma semana. Mas, em momento nenhum, o clube da Vila Belmiro esteve atrás no placar. O primeiro gol saiu logo aos 2 minutos, com Zé Love.
O atacante, que amargava um jejum de 14 partidas sem marcar, balançou a rede após cruzamento de Elano na área do rival. Na comemoração, ele foi muito festejado por seus companheiros, que reconheceram o esforço do atacante durante a má fase.
O Cerro, naquele momento, precisava de três gols para ir à decisão. E o zagueiro Juan Benítez até balançou a rede aos 28 minutos, mas acertou o gol errado. Pressionado por Neymar, o defensor tentou recuar para o goleiro Barreto, que levou um frango bizarro e deixou a bola escapar. Santos 2 x 0 Cerro Porteño placar que deixava os paraguaios precisando marcar quatro gols e não sofrer mais.
O time da casa bem que ensaiou uma reação. Aos 31 minutos, César Benítez desviou de cabeça após cobrança de escanteio e diminuiu. O Cerro partiu para cima, e o Santos passou a explorar os contra-ataques.
E foi justamente em um desses contragolpes que o clube brasileiro chegou ao terceiro gol. Arouca arrancou pelo meio e tocou para Neymar, que avançou pela esquerda e tocou sem chances para Barreto, deixando os santistas muito perto da decisão.
O segundo tempo começou com o Cerro novamente no ataque. Aos 15 minutos, Lucero aproveitou rebote da defesa santista insegura pela primeira vez sob o comando de Muricy Ramalho e chutou forte, diminuindo a desvantagem dos paraguaios em La Olla.
Então, mais uma vez o time da casa foi para cima. O goleiro Rafael fez pelo menos duas grandes defesas, a segunda aos 32 minutos da segunda etapa, após um chute à queima-roupa. Mas, aos 36 minutos, a defesa do Santos voltou a afastar mal e Fabbro acertou um belíssimo chute, empatando o duelo em 3 a 3.
O clima em La Olla a panela, em espanhol fervia. E sobrou até para o técnico Muricy Ramalho, acertado por um objeto lançado das arquibancadas aos 38 minutos, em um incidente que paralisou a partida até aos 41 e acirrou ainda mais os ânimos.
Nos lances finais, o Cerro ainda teve uma ótima chance com Cáceres, que carimbou o travessão, e o Santos teve uma oportunidade com Neymar, que também chutou na trave. Aos 49, no último minuto de jogo, Edu Dracena levou cartão vermelho e ficará fora da primeira partida da decisão.
O jogaço, digno de semifinal de Libertadores em todos os aspectos, terminou empatado por 3 a 3. E o Santos de Neymar agora já consegue chegar a uma final que só os times de Pelé e Robinho alcançaram.
FICHA TÉCNICA:CERRO PORTEÑO 3 X 3 SANTOS
Local: Estádio General Pablo Rojas (Olla Azulgrana), em Assunção (Paraguai)
Data: 1 de junho de 2011, quarta-feira
Horário: 21h50 (horário de Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Assistentes: Abraham González e Eduardo Díaz (ambos da Colômbia)
Cartões amarelos: Iturbe e Uglessich (Cerro Porteño); Alex Sandro, Jonathan, Elano, Rafael e Edu Dracena (Santos)
Cartão vermelho: Edu Dracena (Santos)
GOLS: CERRO PORTEÑO: Cesar Benítez, aos 31 minutos do primeiro tempo; Lucero, aos 15, e Fabbro, aos 36 minutos do segundo tempo
SANTOS: Zé Eduardo, aos 2, Barreto, gol contra aos 27, e Neymar, aos 46 minutos do primeiro tempo
CERRO PORTEÑO: Barreto; Piris, Pedro Benítez, Uglessich e César Benitez; Caceres, Burgos (Lucero) Julio dos Santos e Torres (Iturbe); Fabbro e Bareiro (Nanni)
Técnico: Leonardo Astrada
SANTOS: Rafael; Jonathan (Pará), Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Adriano, Arouca, Danilo e Elano (Rodrigo Possebon); Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite)
Técnico: Muricy Ramalho
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